Proteger a Serra do Parque Estadual Rola-Moça - Unidade de Conservação
Na coluna Na Garupa com o Tunico, crônicas sobre estradas, histórias e destinos mineiros. Uma visão pela alma e pelo coração do Tunico, sobre as experiências que se pode sentir sobre duas ou quatro rodas

Há tempos venho lutando para preservar o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça. Este lugar, além de sua beleza cênica e relevância ecológica, guarda histórias que se entrelaçam com a vida de quem ama a natureza e a liberdade.
Nos últimos meses, intensificou-se a mobilização contra a construção de uma estrada para o escoamento de minério, a ser retirado de dentro de uma Unidade de Conservação, um projeto que ameaça a integridade desse patrimônio natural, e a nossa inteligência.
O impacto dessa obra vai muito além do desmatamento. Ela fragmentará áreas de preservação, ameaçará espécies da fauna local e comprometerá mananciais de água que abastecem a Grande BH.
Isso tudo infringindo Leis Federais com anuência do próprio Ministério Público Federal. Não podemos aceitar que o lucro de poucos prevaleça sobre a qualidade de vida de muitos.
A recente audiência pública realizada no dia 6 de maio de 2025 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) trouxe à tona preocupações legítimas da comunidade e de especialistas.
A luta para barrar esse projeto que insiste desde 2016, e retornou em 2018, quando foi aprovado, juntamente com a aprovação do aumento da Cava do Complexo Jangada/Feijão, não preciso falar mais nada.
Com o rompimento da B1 no Córrego do Feijão, e várias investigações em todas as Minas do Estado, vieram à tona as irregularidades que estavam atreladas à documentação da Mina Casa Branca da MGB.
Por incrível que pareça, isso hoje se transfigurou em “descomissionamento”, de uma barragem que em 2018 o próprio empreendedor garantiu em documentos, que eram seguras. A estratégia agora é usar o medo gerado por Mariana e Córrego do Feijão.
O termo “Descomissionamento” burla as exigências de Estudo de Impacto Ambiental, EIA/RIMA e a ausência total de documentação ambiental.
É tão descarado que outro indicio desta farsa e o pretexto para retomar a mineração, é que, embora as barragens contenham 836 mil m³ de rejeitos, o projeto prevê a remoção de 1,28 milhão m³, indicando que o volume excede o necessário para o descomissionamento.
Já vimos isso ocorrendo na Serra do Curral e a realidade foi a destruição total da Serra, um patrimônio Mundial, quero dizer, que foi um Patrimônio Mundial”.
Esta ousadia perdeu força, com depoimentos emocionantes e contundentes sobre a importância de preservar o parque.
No meu caso e possivelmente também para a Deputada Beatriz Serqueira uma das mentoras da Audiência Pública, um reviver de 9 meses escutando depoimentos emocionantes, diariamente nas Oitivas da CPI da Barragem do Córrego do Feijão, quantas irregularidades, quanto descaso e a comprovação do maior acidente de trabalho do Brasil e o segundo do mundo.
Na Audiência do último dia 6 a Deputada desabafou: “Como o Ministério Público e o Governo do Estado ainda permitem qualquer liberação ambiental em Brumadinho e Mariana? Deveria ter uma proteção contra qualquer ação de mineradoras nestes dois municípios, isso devia ser uma lei.”
Outro ponto polêmico é a construção de uma estrada dentro do parque para transportar esse material minerado. A obra não só compromete a biodiversidade e os recursos hídricos, mas também facilita o acesso de caçadores e aumenta o risco de atropelamento de animais silvestres.
Para você entender a dimensão desta estrada e o risco desta destruição serão 1.715 caminhões por mês dividindo a nossa estrada com o turista, o Moto Turista, o ciclista, o Trekking. Acabando de vez com o turismo de contemplação e com a melhor porta de entrada do Município.
Representantes do governo estadual argumentaram que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ajudaria a acelerar o processo de descomissionamento, mas foram contestados com base na legislação federal, que proíbe atividades minerárias em unidades de conservação de proteção integral.
Como um TAC sobrepõe a duas leis federais???? Este TAC também não contou com a participação de representantes da Sociedade Civil, foi feita a portas fechadas, incidindo em outra ilegalidade.
Para entender melhor os debates e os posicionamentos apresentados, recomendo assistir à audiência pública completa no site da ALMG.
A participação da sociedade civil é fundamental para garantir que a voz dos defensores da natureza seja ouvida.
A luta pela preservação do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça continua. Assine o abaixo-assinado:
Além de assinar divulgue em suas redes, isso é uma convocação, independente da pessoa morar e, Minas Gerais, quantos turistas que já vieram por aqui se sentiriam também na obrigação de preservar o Parque.
Nos ajude a proteger esse patrimônio natural para as futuras gerações.
* Tunico Caldeira é publicitário, gestor cultural, professor e artista plástico
Qual é a sua reação?






